A fuga da corte portuguesa
Em 1806, Napoleão decretou o Bloqueio Continental,
proibindo os países europeus de comercializarem com a Inglaterra, ameaçando
duras represálias a quem o desobedecesse. Já que Portugal não obedeceu ao
bloqueio, Napoleão ameaçou invadir Portugal.
Havia no governo de Portugal pessoas
ligadas à Inglaterra que defendiam a mudança da corte para o Rio de Janeiro.
Essa posição era apoiada pelos ingleses, que pressionavam D. João a fazer a
mudança. O governo inglês se comprometeu a escoltar as embarcações portuguesas
e proteger Portugal das tropas inimigas. Em troca, receberia vantagens no
comércio com o Brasil. Em 1807, cerca de 15 mil pessoas embarcaram em direção
ao Rio, em condições precárias.
Durante a viagem, D. João fez uma escala em
Salvador. Sua intenção era assegurar a fidelidade da população local e do
restante do Nordeste ao governo. Na Bahia, D. João assinou um documento que
abria os portos brasileiros às nações amigas.
A partir de então, o Brasil foi “invadido” por produtos ingleses, devido
aos baixos impostos cobrados à Inglaterra.
Em março de 1808, D. João desembarcava no
Rio de Janeiro. Assim, a sede do Império Português passava a ser o Rio,
trazendo consequências para todo o Império.
Uma corte no Rio de Janeiro
Apesar de sua importância comercial, o Rio
ainda não tinha condições de receber tanta gente. Não havia rede de esgotos, a
habitações eram precárias e o lixo era acumulado nas ruas, facilitando a
proliferação de doenças. O governo selecionou as melhores casas para abrigar os
recém-chegados.
A partir daí, diversas reformas foram
feitas para tornar, na visão das elites, o Rio de Janeiro uma capital digna da
monarquia. Ruas foram pavimentadas, praças ganharam chafarizes e ergueram-se
novas residências.
Em 1808, foi fundado o Banco do Brasil e D.
João autorizou a criação de indústrias manufatureiras no Brasil. Por essa época
também foram criados a Imprensa Régia, a Biblioteca Real e o Jardim Botânico. A
criação da Imprensa Régia pôs fim a proibição da publicação de jornais, livros
e panfletos.
Em 1815, o Brasil deixou de ser colônia e
passou a integrar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. No campo
educacional, D. João autorizou o funcionamento de faculdades e permitiu o
ensino laico.
Em 1810, foi criada a Academia Real
Militar, que formava profissionais como engenheiros e geógrafos. Seis anos
depois, foi fundada a Academia de Ciências, Artes e Ofícios.
A expansão e a melhoria do ensino afetaram
culturalmente a cidade. No Jardim Botânico, a população podia entrar em contato
com a flora de muito lugares. Com a Academia de Ciências, Artes e Ofícios e a
Biblioteca Nacional, criavam-se novas possibilidades para uma vida cultural
mais intensa. Ao lado disso, a vida social era animada por bailes, jantares,
espetáculos musicais e reuniões sociais.
Mas tudo isso tinha um preço. Tudo era pago
pela população por meio de impostos. A população em geral estava insatisfeita.
Os impostos recaíam sobre praticamente todas as atividades. A população pobre
sofria com o aumento dos preços, o que agravava a insatisfação geral em todo o
Brasil.
Em Pernambuco, explodiu, em 1817 a Inssurreição Pernambucana, um
movimento armado contra o domínio português. Os principais líderes foram presos
e alguns foram executados.
Imagem: "Autor não identificado - Embarque da Família Real Portuguesa". Licenciado sob Domínio público.
Imagem: "Autor não identificado - Embarque da Família Real Portuguesa". Licenciado sob Domínio público.
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