Pop Art


A Pop Art (arte popular, em português) foi um movimento artístico que usava figuras e ícones populares como temas de suas obras. Ela se desenvolveu na década de 1950, na Inglaterra e nos Estados Unidos. Nessa década, alguns artistas começaram a defender uma arte que se comunicasse diretamente com o público por meio de símbolos do imaginário que cercava a cultura de massa e a vida cotidiana. Eles propunham uma aproximação entre a arte e a vida comum.
    
Os artistas recorreram à ironia para elaborar uma crítica ao excesso de consumismo, estetizando os produtos massificados. Usavam a ironia para criticar a sociedade consumista da época, enfatizando produtos de alto consumo, como garrafas de Coca-Cola e as sopas Campbell. Eles se inspiravam nesses objetos e mantinham com eles uma relação dual: a sua arte traduzia certa adoração, mas também a perda do sujeito e da relação humana na contemplação artística.

As obras eram geralmente feitas com desenhos simplificados e cores saturadas, representando objetos comuns do dia a dia, como latas de refrigerante, embalagens de alimentos, histórias em quadrinhos, bandeiras, panfletos de propagandas e outros objetos. A técnica de repetir várias vezes um mesmo objeto (simulando o trabalho mecanizado), com cores diferentes e a colagem foram muito utilizadas.

“O que Exatamente Torna os Lares de Hoje Tão Diferentes, Tão Atraentes?”, colagem de Richard Hamilton, 1956.

Uma das primeiras e mais famosas imagens consideradas arte pop é a colagem de Richard Hamilton “O que Exatamente Torna os Lares de Hoje Tão Diferentes, Tão Atraentes?”, de 1956. A composição de uma cena doméstica é feita com o auxílio de anúncios tirados de revistas. Nela, um casal se exibe com os atraentes objetos da vida moderna: televisão, aspirador de pó, enlatados, produtos em embalagens vistosas etc. Os anúncios são retirados de seus contextos e transpostos para a obra de arte, mas ainda guardam a memória de seu lugar original.


Andy Warhol

Andy Warhol, "Marilyn Diptych", 1962. 

As mais famosas referências da Pop Art são as obras do artista americano Andy Warhol, que usou muito dos ícones do cinema e da música, como Michael Jackson, Elvis Presley, Elizabeth Taylor, Brigitte Bardot, Marlon Brando e Marilyn Monroe, para mostrar ao mundo como as personalidades famosas eram vazias e impessoais. Andy Warhol também é famoso por suas imagens em série de artigos de consumo, como as sopas Campbell e garrafas de Coca- Cola.

Suas obras se particularizam pelo uso original da cor brilhante, de materiais industriais e pelo exagero do efeito de simultaneidade (como na repetição das latas de Campbell e das imagens de Marilyn). A multiplicação das imagens enfatiza a ideia de impessoalidade e também o efeito decorativo. O artista também criou obras para estampar a capa de discos de diversas bandas, como os Rolling Stones.


Roy Lichtenstein

Roy Lichtenstein, "Whaam!" , 1963.

O artista americano Roy Lichtenstein também realizava ampliações das ilustrações das histórias de quadrinhos: pegava um quadrinho e transformava em pintura. Nisso, ele utilizava as imagens com sentido irônico, ao elevar os quadrinhos à categoria de grande arte.


Claes Oldenburg

Outro artista americano, Claes Oldenburg, desenvolvia ampliações tridimensionais de objetos do cotidiano em grandes proporções. Ele ampliava os mais variados objetos em escalas colossais. As esculturas moles de Oldenburg estão dentre os seus trabalhos mais procurados.

As ampliações e transformações, segundo ele, “devolvem a força ao objeto”, porque desorientam o espectador e lhe dão uma sacudida para que saiam daquela visão normal das coisas. Ele alterava os objetos para nos fazer ver, talvez pela primeira vez, algo que olhamos todos os dias. A escultura “Toalete Mole”, por exemplo, vira do avesso as expectativas de quem vê a obra. O que deveria ser rígido é mole e bambo, o que deveria ser sanitário, parece anti-higiênico.


Pop Art no Brasil

Claudio Tozzi, "Cérebro".

No Brasil, não houve a mesma movimentação que na Inglaterra ou nos Estados Unidos. Por aqui, a Pop Art surgiu no contexto da ditadura militar e foi usada como instrumento de crítica a ela. Os principais nomes da Pop Art brasileira foram Claudio Tozzi, Antonio Dias e Rubens Gerchman.

Nessa obra de Claudio Tozzi, por exemplo, podemos observar um cérebro com um parafuso no centro. O parafuso está fazendo uma metáfora em relação à repressão existente na ditadura, uma época na qual os pensamentos não podiam correr de forma tão livre quanto hoje.




Imagens

Roy Lichtenstein, "Whaam!" , 1963. Fair use, https://en.wikipedia.org/w/index.php?curid=5673474

Richard Hamilton, "Just what is it that makes today's homes so different, so appealing?, 1956. Fair use, https://en.wikipedia.org/w/index.php?curid=4161528


Andy Warhol, "Marilyn Diptych", 1962. Fair Use.


Andy Warhol, "Campbell's Soup I", 1968.Fair use, https://en.wikipedia.org/w/index.php?curid=4268566


Claes Oldenburg, "Shutllecocks".

Claudio Tozzi, "Cérebro".



0 comentários:

Postar um comentário